quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

REFLEXÕES SOBRE A EXPANSÃO DO CONHECIMENTO

REFLEXÕES SOBRE A EXPANSÃO DO CONHECIMENTO


Como a impermanencia é uma característica constitucional da existência, tudo tem que obrigatoriamente se transformar, mudar, crescer, evoluir, expandir e se aperfeiçoar.

E com o conhecimento não é diferente.

E é em cima deste tema que eu quero hoje refletir, me utilizando de duas áreas que mais ou menos conheço: uma vou chamar de universo espírita (e vou colocar no mesmo saco kardecistas e umbandistas) e a outra vou chamar de universo psi (o universo das terapias).

Quando S.Freud canalizou a Psicanálise e quando Allan Kardec canalizou o Espiritismo (ambos na Europa no século 19) o panorama religioso e cultural da época era super conservador, muito fechado.

Estes dois gigantes tiveram que se confrontar com mentes muito caretas, muito retrógradas e reacionárias.

O doutor austríaco teve que peitar uma medicina psiquiátrica que mal conhecia o funcionamento cerebral e mal entendia o que pretendia curar.

 E o professor francês teve que peitar a igreja...

Abertos estes portais, e considerando que ninguém, em nenhuma área do conhecimento - religioso e secular - trouxe um trabalho fechado e finalizado (até porque em termos de Universo impermanente isto seria impossível), tanto a Psicologia quanto o Espiritismo tiveram que continuar caminhando e se expandindo.

No campo das terapias, por exemplo, C.G.Jung expandiu mais ainda o que Freud trouxe, introduzindo os conceitos do Self, do inconsciente coletivo, dos arquétipos, da individuação, etc.

Depois W.Reich descobriu a estreita ligação entre corpo e emoções, e ainda (re)descobriu a existência do prana (que ele chamou de orgone) e desenvolveu formas de instrumentaliza-lo.

No Espiritismo, Ramatis, por exemplo, abriu mais a reflexão sobre o tema. E a própria Umbanda não deixa de ser uma expansão do pensamento e da práxis espírita, ao introjetar em seu universo além dos elementos cristãos-kardecistas, também as culturas indígena, negra e oriental.

E o que hoje podemos modernamente assistir, é uma linda troca de ferramentas.

Ou seja, o mundo mediúnico está entrando no mundo psi – e terapias holísticas e sistêmicas como por exemplo, Alinhamento Energético, Constelações Sistêmicas, Tetha Healing, Resgate de Alma, Psicotranse e Frequencias de Brilho, são fundamentalmente terapias sensitivas (umas de forma explicita outras implicitamente).

A sensitividade tem se mostrado uma ferramenta altamente eficiente e competente para abrir uma via de acesso direto ao mundo inconsciente e aí poder processar e transmutar os conteúdos ali residentes.

E por outro lado, o mundo psi está entrando no mundo espírita, e a Apometria é um movimento vindo de um segmento do kardecismo nessa direção mais terapêutica.

Claro que as resistências existem. E ainda são muitas.

Até hoje existem psicanalistas ortodoxos que acham Jung meio oba oba haribol, que o corpo não precisa ser incluído no processo terapêutico, e que energia é coisa de esotéricos. Psicologia Transpessoal então, nem pensar, é coisa de místicos fora da realidade.

O CRP até tinha proibido psicólogos de usarem astrologia, tarot, florais,etc.,

Como até hoje existem espíritas e umbandistas que pretendem resolver os problemas á partir da retirada de obcessores e de mexer em vidas passadas.

Penso que assim como o aspecto exotérico e externo das religiões, embora tendo feito muito mal a Humanidade, também produziram o que Ken Wilber chamou de uma importante “cola” social prá que a massa fosse normatizada e regulada sem caotizar a sociedade, a velha Psicanálise e o kardecismo clássico continuam vigorando e sendo úteis, embora tendo hoje sua área de atuação limitada em relação aos avanços que foram se apresentando.

Não são poucos os psicólogos que recebo em consultório e em cursos de formação procurando outros horizontes por estarem insatisfeitos com as ferramentas que dispõem. 

(E tenho que dizer também que não são poucos os clientes que nos procuram dizendo que não aguentam mais divã...)

Como não são poucos os espíritas e umbandistas que nos procuram porque já entenderam que não adianta ficar alopaticamente trabalhando nos efeitos (obcessores e vidas passadas) e esperando que as pessoas façam uma reforma moral (conceito que é super importante, mas de resultados normalmente muito lentos).

Os orientais já sabiam há milênios que as causas do sofrimento humano, a matriz do que nos amarra nessa ilusão dual, reside nos samskaras (as impressões, registros e memórias psico emocionais vivenciais e experienciais) que vão gerar vasanas (personalidade, caráter, hábitos, crenças e padrões de comportamento) e virttis (a quantidade e a qualidade do movimento da mente racional).

É esta dinâmica, que sustentada pelo trio ego / mente racional / 5 sentidos, vai manter o samsara rodando e nós todos lá fazendo looping...

Praticamente todas as práticas orientais (yoga, meditação, vedanta, tantra, ayurveda) vão se estruturar para atacar este ponto matriz : o material não curado que reside no inconsciente e determina a qualidade da nossa vida interna e externa.

Assim como fazem também todas as terapias.

Hoje com a percepção e a compreensão das leis da sincronicidade e da ressonância, é quase infantil acreditar, por exemplo, que um obcessor “do nada” possa te atacar sem nenhuma razão subjacente interna.  Seria a negação da lei inteligente de causa-e-efeito.

Isso não quer dizer que ao ganharem um upgrade, as escolas e linhas tradicionais de espiritismo ou de terapias perderam a sua validade.

A idéia não é nem um pouco essa. Sempre vai ter gente precisando de psicanálise para elaborar conteúdos ou precisando ir ao centro se limpar.

Cada caso é um caso e panacéia não existe mesmo, felizmente.

É como ocorre na medicina: a ressonância magnética não anulou a utilidade do raio X. Ás vezes uma radiografia é suficiente prá resolver.

Então que bom que o leque expandiu, que bom que existem muito mais ferramentas disponíveis e que bom que existem hoje ferramentas muito mais eficientes do que as que haviam até então (o que, repito, não diminui nem desqualifica o que já existia).




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

SOBRE AMAR A SI MESMO

SOBRE AMAR A SI MESMO

Em função do meu ultimo texto em que eu refletia sobre o amor incondicional, muitos feedbacks interessantes eu recebi, mas uma coisa me chamou a atenção de uma forma especial : O que as pessoas ainda entendem por amar a si mesmo.

“Como eu vou amar meus defeitos e erros?”, “Como vou amar as merdas que fiz no passado?”, “Como vou me amar se sou feio – ou gordo, ou pobre, ou doente, etc.etc.?” e por aí vai.

Penso que amar a si mesmo tem duas facetas que podem (e na minha opinião devem) ser complementares:

Uma, é amar a minha essência. Amar o Deus em mim, minha Presença Divina, meu Eu Superior, meu Self, ou como queiram chamar em função das suas crenças, o Ser Real, a Consciencia Eterna que é imanente a toda a Criação.

Como ainda estamos no jardim da infância em questões de amor, esse amor pelo divino em nós fica ainda num plano mais teórico, mais da intenção, da fé. 


Mas é muito importante ir desenvolvendo esta forma de amor, e aos poucos deixando que ele seja inserido na prática da vida cotidiana, de forma madura e consciente, sem romantismos nem folclores, porque senão rapidinho você vai estar se achando Jesus Cristo salvador do próximo e do planeta.

A outra faceta é o amor pela minha sombra, pela minha natureza humana frágil, cheia de erros, falhas, imperfeições, incoerências, vícios e desequilíbrios em geral.

Difícil amar isso aí, não é?

Mas é só não dar a palavra amar, neste caso, o significado de concordar, ser complacente ou admirar.

Neste caso, amar significa ter um olhar maduro e compassivo para esta natureza ainda imperfeita, mas felizmente transitória e essencialmente irreal e ilusória.

É ter a consciência de que o que me faz sofrer e me sentir limitado (e por conseguinte projetar isto nas pessoas) são questões evolutivas que ficaram na pendência, curas que não foram feitas, passados que não ganharam um outro olhar emocional.

Eu não tenho que gostar do fraco que eu ainda sou ou das besteiras que eu ainda faço, mas não preciso me rejeitar, me culpar, nem me odiar por isso.

Preciso olhar para este lugar interno com aceitação inteligente e amorosa – que também aqui não significa indiferença nem complacência nem conformismo.

E com esta aceitação, e com coragem, humildade e neutralidade 
(três ingrediente muito importantes!)  eu envolvo meus esgotos, minha criança ferida e meu passado fustigador em um sentimento de compaixão e acolhimento.

Compaixão também é outra palavra que precisa ter um significado preciso aqui: compaixão não é pena.

Compaixão, neste caso, é a consciência amorosa e não julgadora em relação á nossa parte sombria.

Lembro de C.G.Jung que dizia que o processo da individuação exige fundamentalmente a ressignificação (e a cura) do olhar para a nossa sombra e a sua integração plena na personalidade.


SOBRE O AMOR INCONDICIONAL

SOBRE O AMOR INCONDICIONAL

Interessante como muita gente enche a boca para falar em nome de um “amor incondicional”.

A intenção em um nível mais superficial é muito bacana, mas o que percebo na grande maioria das vezes é que esse “amor incondicional” é como que um sobre-ego construído para compensar (e anestesiar) uma profunda dor, uma profunda cisão interna no Eu humano.

Aí eu me invisto dessas palavras bonitas e super aceitas pelo coletivo e dou, dou, dou, dou incondicionalmente, passando com um trator por cima de mim, na tentativa desesperada de ser aceito, amado e reconhecido e aí talvez possa receber, receber, receber (aquilo que eu acredito que não possuo) para embriagar a minha dor.

Infelizmente nossa cultura respalda essa doença, com a manutenção de velhas crenças - que muita gente boa alternativa e espiritualista engole e acredita – tais como : dar é mais nobre do que receber, fazer pelo outro é mais elevado que fazer por mim, fazer por mim é egoísmo, etc.etc.

Axiomas excelentes que igrejas e ditaduras sempre usaram para dominar e manipular.

Mas Cristo deixou bem claro o caminho : “Amai ao próximo COMO a ti mesmo” .

Não falou ANTES nem MAIS. Mas foi lido assim...

E aí só resta a máxima : Ninguém dá o que não tem!

Você ama incondicionalmente a você mesmo?

Se ama, ok, está coerente. Você é uma pessoa especial e que pode fazer real diferença no mundo.

Se não, você apenas fica alternando algumas personas internas que adoram este “serviço” doador (para poder receber em troca) : a prostituta, o vampiro, o escravo e o ladrão?

Qual dessas personas seu “amor incondicional” lança mão para seus intentos re-compensadores?

Qual destes personagens míticos alimentam sua “síndrome do salvador” ou sua obcessão em agradar sempre?

Além disso, você também se reconhece como portador da “síndrome do cachorro vadio” (que toma porrada, toma porrada e sempre volta)?

Para piorar mais, a religião ainda misturou se priorizar com egoísmo, auto valor com vaidade, pobreza com virtude, e por aí vai.

Galera, prá falar em nome do amor incondicional, vocês tem pelo menos que ter a estatura de um Chico Xavier, de um Dalai Lama ou de uma Madre Tereza.

Fora isso, amigos, é puro ego fake (geralmente muito estruturado) querendo compensar um ego profundamente machucado.

Então vamos ser mais humanos e humildes e aceitar com compaixão o nosso amor condicional, humano e ainda limitado.

Me lembro sempre do grande Bert Hellinger quando diz que : “Quem falou que filhos tem que amar os pais?”

O próprio mandamento diz HONRAR PAI E MÃE, não AMAR.

Ninguém ama quem o machuca, quem o oprime, quem o rejeita.

Claro, a não ser que você seja Madre Tereza ou masoquista.

Se o seu caso é a primeira opção, parabéns. O mundo está precisando muito de gente assim.

Se é a segunda opção, recomendo terapia. Urgente !



UMA REFLEXÃO BEM ATUAL

Eu não sou espírita (nem sou de religião nenhuma) mas simpatizo muito com a teoria kardecista de que a Terra seria um “planeta de expiação” (embora deteste este termo), ou seja, de que aqui seria um laboratório, uma escola, onde viemos para lapidar e burilar nossa natureza humana ainda cheia de imperfeições, raivas, tristezas, apegos, invejas e ciúmes.

E nesse sentido, a impressão que dá é a de que, apesar dos imensos avanços tecnológicos que houveram ao longo da história da humanidade, muito pouco se avançou na área da ética, da moral, da compaixão e da fraternidade.

Me parece que um dos indicativos interessantes de ser considerado, é o fato de que ao longo da história do homem na Terra, inumeráveis pessoas iluminadas – como foram Jesus e Buddha, por exemplo – vieram sistematicamente para falar exatamente a mesma coisa.

Quando olho para trás e vejo o desenrolar da vida humana na Terra, me ocorre sempre a pergunta: “Em que fase da vida humana houve realmente fraternidade entre os povos, amor ao próximo, ausência de guerras e de dominação do homem sobre o homem?”.

Me parece que fora episódios isolados e temporários, em nenhum momento houve a tão sonhada plena harmonia e equilíbrio no planeta.

E talvez equilíbrio seja uma palavra chave, na medida em que estar errado é muito diferente de estar desequilibrado (os orientais tinham uma visão bem clara disso, entendendo profundamente a natureza auto reguladora do Universo).

Então talvez nossa função aqui não seja salvar nada nem consertar nada, já que ninguém tem cacife – em função da imensa complexidade da existência - para afirmar que o que ocorre no planeta hoje e sempre esteja ambiental ou humanamente errado.

Vendo sob um aspecto religioso, seria como ter que considerar que Deus se enganou ou se distraiu, ou que Deus é vingativo e punidor, ou pior, que Satanás existe e está aí tentando sacanear o projeto divino ao menor descuido nosso...

Talvez o grande desafio humano seja muito mais complexo e difícil do que ficar exaustivamente tentando consertar o que acha que está errado, e talvez seja muito mais instigador do que ficar sentado esperando complacentemente (ou preguiçosamente) que as mudanças caiam do céu.

Creio que livros como o “Tao Te King” e a “Bhagavad Gita” são manuais poderosos que versam exatamente sobre esta difícil temática : a ciência da ação na inação e da inação na ação.

Ou seja, talvez não estejamos aqui para usar nossa inteligência e nosso poder de agir para mudar nada externamente, e sim para mudar internamente aproveitando todo o treinamento, os testes e as provas que a vida oferece em seu dinâmico laboratório cheio de desequilíbrios (que não estão propriamente errados).

Talvez o nosso “fazer” devesse ser aplicado no sentido de inteligentemente e relaxadamente se fazer pelo fazer, simplesmente porque fazer é inevitável (segundo os orientais o fazer faz-se por si mesmo).

Mas não necessariamente para mudar o que está hipoteticamente errado, e sim para aproveitar o grosso caldo de injustiças, ódios, guerras, etc.etc. como precioso material de trabalho interno.

E isso se dá em função da percepção - que deveria ser óbvia - de que único setor onde temos efetivamente poder de mudança real, é o setor interno do nosso ser.

Talvez devessemos desmontar esse pensamento prepotente e arrogante de que sabemos o que está errado no mundo e nas pessoas, e de que temos poder de mudar tudo isso, e pior, de que sabemos como é ser o certo.

E como disse, o desafio é extremamente complexo : agir com a competência de quem pode mudar alguma coisa mas com a consciência de que não se  está aqui para mudar nada além de si mesmo, e de que – e acho que esta é a grande chave, o grande segredo - as mudanças externas estão inexoravelmente ligadas às mudanças internas.




terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A TERCEIRA FORÇA

A TERCEIRA FORÇA

I. O assunto política não ocupa exatamente uma prioridade no meu espaço mental, mas sou um ser (também) político e sempre fiz questão de me manter bem informado sobre este assunto, para pelo menos, na medida do possível, não ser (ou não me sentir) manipulado.

Talvez seja uma característica de quem tem meio-de-céu em Gêmeos e/ou a configuração aquário (ar) e virgem (terra), sei lá, não saco bem dessa praia (alô alô astrólogos), mas o fato é que empunhar bandeiras, fazer partes de grupos, pertencer a facções de seja lá do que for, abraçar opiniões e pontos de vista fechados sobre alguma coisa, nunca fez parte das minhas características.

Sempre gostei de, como dizem os índios americanos, procurar me colocar nos mocassins do outro.

Adorei quando conheci os conceitos budistas de equanimidade e impermanência. Adorei quando conheci o conceito nativo de “visão da águia”. Adorei quando aprendi e fui estimulado a inserir na minha vida e na minha atividade terapêutica estes conceitos juntamente com os conceitos de neutralidade e de não julgamento.

Mas foi quando andei postando umas opiniões no Facebook sobre a nossa política atual – especialmente quando critiquei um texto do mestre Leonardo Boff – e depois lendo os feed backs dos posts, que acabei tendo um  insight e usei a expressão “Terceira Força” (que eu vou passar a chamar aqui de TF).

Depois me lembrei de um texto interessante que recebi recentemente e que fala da Terceira Inteligência, a espiritual, entendendo como as outras duas, a mental e a emocional. Talvez eu tenha sido induzido pelo nome.

Sempre achei tragicômicas essas polarizações maniqueístas tipo direita-esquerda, e os desdobramentos em bem-mal, certo-errado. A boa e velha dualidade.

Então TF foi o nome que “me ocorreu” (canalizei?) para ter aqui um nome para aquilo que eu reputo como sendo o raciocínio que norteia as minhas reflexões e que eu quero compartilhar..

Bem, eu não posto as minhas idéias no FB para discutir ou debater da forma que a nossa mente normalmente adora, que é se disputar e competir para ver quem está com a razão, quem está certo, ou melhor ainda, para afirmar (muitas vezes aos gritos em letras maiúsculas) que eu estou certo e você errado.

 Posto apenas para me expressar e para poder ouvir outras vozes e outras opiniões sobre o tema.

Fora algumas exceções, não achei que as pessoas amigas estavam entendendo o que eu estava querendo dizer, nem qual era a bola que eu estou querendo levantar.

Aí resolvi escrever um pouco (que acabou ficando enorme...) para continuar fazendo esse eterno brainstorming que é refletir sobre a vida sem a arrogância de ter respostas, mas com a esperança de perceber os sinais e as dicas do Universo.

E fiquei o final de semana inteiro ruminando sobre a tal da Terceira Força, e o que esse nome que brotou de mim queria dizer em função das minhas convicções e opiniões (ainda que assumidamente transitórias).

Talvez por “vício” profissional, espiritual e intelectual, nas minhas reflexões eu acabo sempre voltando aos povos antigos, às informações que vem dos milênios.

E isso acaba me remetendo à mesma perspectiva a que nunca me canso de admirar com reverência e respeito, que é a coincidência, digamos, paradigmática, que existe entre a essência do pensamento e do ponto de vista em relação à vida, a Deus, etc. dos orientais, dos povos nativos das Américas e dos africanos.

Claro que tem muito mais culturas e povos, mas estas são as que conheço mais.

Culturas estas que tiveram (e ainda tem) em comum a fundamental capacidade de perceber e reconhecer a realidade multidimensional da existência.

(E não é lindo quando vemos esta unanimidade de perspectivas de mundo – considerando,claro,as muitas diferenças entre elas - serem corroboradas por várias vertentes do conhecimento ocidental moderno, tais como por exemplo, a Fìsica Quântica e as linhas mais transpessoais da Psicologia e da Filosofia?)

Culturas que entendiam a imensa e absurdamente complexa interrelação e interdependência - em todos os níveis da existência - que existe entre tudo o que foi criado no Universo.

Culturas que percebiam o profundo aspecto animista da vida, isto é, a percepção de que tudo é vivo e tudo expressa a mesma consciência e inteligência.

Budista e vedanticamente falando, só há Uma Consciência, uma única Alma no Universo. Uma única Mente. Um único inconsciente.

Quem quer que seja Deus, com certeza não fica recortando pedaços de Si mesmo e colando em cada embrião fecundado.

Então parece que compartilhamos a mesma Mente, a mesma Alma e a mesma Consciência.

Eu sei perfeitamente que quando falo em consciência e inteligência muita gente ainda pensa em um cérebro cheio de neurônios que produzem pensamento. E em um intelecto racional que elabora inteligentemente estes pensamentos.

E dessa forma fica realmente muito difícil aceitar que uma árvore ou uma pedra sejam inteligentes.

Essa Inteligência e essa Consciência se expressam na vida através de todos os seres animados e (ditos) inanimados. Em cada um de cada reino conforme seu grau de evolução e nível de realidade.

Culturas aquelas, que sabiam que na psique humana existe um vasto universo interior desconhecido, e que é lá onde estão registradas e impressas as nossas memórias, traumas, dores, crenças, e que vão aparecer em nossa vida humana apresentando diversos sintomas em diversas áreas, causando os nossos problemas, sofrimentos e limitações físicas, psico-emocionais e sociais.

Estas culturas antigas sabiam também - e muito bem - que é fundamental abrir-se uma via de acesso a este mundo não consciente (que tio Freud chamou de inconsciente), lançar um outro olhar, ressignificar e curar este material, que é fator determinante da qualidade interna (e externa) que experimentamos hoje em nossa vida material.

Um parentesis importante aqui : estou falando em nome de culturas antigas (até porque eu tenho uma boa estrada nelas), mas em nenhum momento estou aqui fazendo a apologia maniqueísta do “índio legal/ branco ruim”, embora tivesse abundante material histórico para me respaldar. Mas eu estaria contradizendo tudo o que estou levantando aqui !!!

Estou apenas pegando carona no antiqüíssimo know-how e na longuíssima kilometragem que essa galera tem.

Dito isso, creio que o que poderia ser chamado de TERCEIRA FORÇA, não é nada mais do que um novo/velho ponto de vista em relação à vida.

Não é um movimento, não é uma nova filosofia ou ideologia, não é seita ou partido novo, mas é um ponto de vista multidimensional (poderíamos chamar mais modernamente de holístico ou sistêmico) em relação à si próprio, ao outro e à vida como um todo.

Um ponto de vista onde a mente readquire a habilidade de observar sem racionalizar nem julgar, e que considera que o que chamamos de religiosamente de sagrado é inerente à toda a existência.

 E como os orientais conhecem isso! E a meditação é a melhor forma de reabilitar essa importante ferramenta que a nossa cultura desprezou em função do bizarro equivoco cartesiano “penso logo existo” (“sinto logo existo” talvez fosse mais correto, ou mesmo “existo logo penso”, não é mesmo?): a capacidade de se observar de forma isenta e neutra.

A verdadeira compreensão só pode acontecer através de uma mente que não elabora ao observar. Ela apenas vê.

Mas vivemos uma ditadura da mente racional, onde para os ocidentais só parece ter valor o que vem de elaboração mental, como se a inteligência só se manifestasse através do pensamento racional.

Isso, é claro, não desqualifica a mente racional. Pelo contrário, isso resgata para a mente pensante o seu verdadeiro lugar, ou seja, ser uma poderosa ferramenta de lidar com as questões do mundo material tridimensional que é acessado pelos cinco sentidos. E só.

É preciso deixar bem claro aqui, que isenção, não julgamento e neutralidade, não são palavras que significam indiferença, não ter opinião formada, ser complacente, alienado e não fazer nada.

Ter opinião é inevitável, e é até biológico ! Não tem como não se ter opinião, até para poder se fazer as escolhas e opções.

O segredo – e ai os orientais também dão banho – não é não fazer nada (até porque isso seria impossível, pois o “fazer” faz-se por si mesmo). 

É não estar identificado e apegado aos movimentos que a mente cria e não deixar que estas identificações psico emocionais tenham um papel tão determinante em nós, já que são instâncias efêmeras e passageiras.

As opiniões formadas, os gostos e aversões e os julgamentos vão mudar, como muda tudo no Universo o tempo todo!

E para não se identificar e não se apegar é necessário ter alguma perspectiva “de fora”, até para que as coisas tenham o tamanho que elas tem, já que o nosso emocional tende em geral a hiperdimensionar o que nos acontece de ruim (dentro ou fora de nós).

Só que a nossa cultura cartesiana/newtoniana misturou consciência e pensamento (assim como também misturamos religião e espiritualidade).

E esse descolamento - que é o que vai possibilitar o resgate da mente que observa – é, na minha opinião o importantíssimo trabalho de auto-reeducação que nos vai viabilizar o acesso ao que chamei de Terceira Força.

E a TF é esse olhar multidimensional e sistêmico que sabe que a vida acontece em diversos, em incontáveis níveis de realidade.

E que sabe também que a própria realidade se expressa em dois aspectos : a relatividade que nos ilude e nos prende no jogo ilusório das dualidades e o Absoluto, a nossa natureza real.

Desta forma, a TF entende que trazemos todo o Universo e todas as potencialidades dentro de nós, bastando olhar para elas, aceita-las e desenvolve-las.

 Por isso uma das propostas deste ponto de vista é abrir mão da visão dualista e maniqueísta do “OU” (fulano ou é bom ou é ruim, ou a pessoa é honesta ou desonesta,etc.etc.) e introjetar em seu lugar o “E”, ou seja, somos bons e maus, honestos e desonestos, santos e bandidos, e cada persona destas vai apenas necessitar de um contexto específico para poder aparecer e se expressar.

Por esta razão, o pensamento da TF não rejeita nem desqualifica nenhuma expressão da existência.

Pensar no dia a dia do cotidiano, da política, no meio ambiente mundial, cuidar da saúde e da sobrevivência material, atender ao fato de que somos seres sociais, tudo isso é muito, muito importante.

Mas investir em seu crescimento interior é muito mais importante, pelo simples e elementar fato de que tudo (tudo mesmo) vai passar, menos você, em seu ser interior, eterno e consciente.

E o mais legal é que um lado não pode viver sem o outro.

São, pelo menos no nível de realidade que experimentamos hoje, instâncias complementares. E muita gente vive a vida negando, resistindo ou repelindo um dos lados.

São os materialistas, ateus e agnósticos que rejeitam o espiritual e o religioso e são os religiosos e espiritualistas que negam e demonizam o material.

E aí, amigos, nesse Universo auto regulador, onde tudo é na “mão dupla”, se  “entupimos” um dos lados, prejudica-se o equilíbrio do sistema inteiro e ele vai ter que procurar se auto regular outra vez., o que nem sempre é confortável.

A TF acredita que a realidade acontece de uma forma relativizada e de uma forma absoluta (e talvez seja isso que os orientais chamam dialeticamente de Tao/Yin&Yang ou Brahman/Maya, Shiva/Shakti,etc.).

Pausa para adendo quase óbvio : Naturalmente que a TF não acolhe mais conceitos como “Deus castiga”, “acaso”, “azar” , culpa, pecado, “Satanás” (pelo menos não da forma como muitas religiões ainda acreditam e ensinam).

E se estamos (ilusóriamente) presos na perspectiva da relatividade, não faz o menor sentido procurar “quem está certo” e “quem tem razão” nos embates humanos.

Todos estão certos e tem razão, pois cada um parte para um evento vindo de sua própria construção da realidade. Cada um carrega um enorme acervo de vivências e experiências que determinam a sua realidade, e que é totalmente diferente da do outro, embora convivam no mesmo espaço-tempo.

Por isso é inútil e infantil ficar investindo neste tipo de confronto.

Ninguém tem cacife – a não ser pela via da arrogância e da prepotência – para poder saber a Verdade, para poder acessar e compreender a complexa teia de causa e efeito universal e para assim poder dar alguma “palavra final “ ou falar em nome da Verdade (que normalmente se expressa como “a minha religião, ou o meu partido político é o melhor”).

Por isso a TF entende que estar errado é muito diferente de estar desequilibrado, e reconhece o estado planetário como profundamente desequilibrado, mas em nenhum momento, errado.

E se também somos o Absoluto em essência, podemos, através das ferramentas que resgatam a “mente que observa” abrir um olhar bem mais abrangente e profundo em direção a uma maior compreensão de nós mesmos e da existência.

Aí poderemos transitar interna e externamente do nível mais prosaico da vidinha humana cotidiana ao nível mais transcedental da vida espiritual com a mesma equanimidade, pois aí saberemos que nível de - perdoem a redundância - realidade real habita em cada aparência, e também saberemos como operar nesse jogo de aparencias da forma mais otimizada para o nosso despertar.

E o que seria esse despertar?

Segundo a voz destas culturas que citei acima, seria “apenas” recuperar a consciência de quem somos realmente.

Segundo estas visões de mundo, só estamos aqui encarnados nessa vida física porque temos um inconsciente atulhado de lixo experiencial (que os hindus chamam de samskaras) que ainda está dando curto-circuito esperando o nosso olhar e a sua cura.

Esse “curto-circuito” é quem mexe e mantém o movimento incessante da Roda do Samsara, mantendo-nos presos nas cadeias da relatividade e da dualidade, e consequentemente, do karma.

E por causa disso, por causa desse véu que o inconsciente cria e fomenta, ainda somos ignorantes de quem somos, embora já sejamos quem somos.

Esse paradoxo surreal é a essência do conhecimento dessas culturas antigas, especialmente das culturas orientais.

Por isso a TF tem como um de seus eixos a consciência da impermanência, e mais, a consciência de que o desenrolar da existência da Terra exige a administração de uma química extremamente complexa entre a imponderabilidade do Universo - a absoluta inutilidade em tentar controlar alguma coisa - e a humilde capacidade que temos de fazer nosso melhor.

Um dos graves problemas da nossa cultura em função do desconhecimento disso tudo, é a imensa gama de tensão e de problemas causados pelas (inúteis) tentativas de controlar o incontrolável.

E paralelamente a isso, rola ainda uma ilusão pretensiosa de que nosso livre–arbítrio é uma espécie de poder total que nos faculta até salvar o mundo.

A TF acredita que nada realmente está sob o controle do homem, e acredita que o que chamam de livre-arbítrio está profunda e complexamente entretecido com os livres-arbítrios de tudo o que existe na Criação.

Por isso a TF acolhe e respeita livros como o “TaoTeKing” e a “Bhagavad Gita”, e empatiza profundamente com a idéia da “ação na inação e inação na ação”.

Viver tendo como prioridade trabalhar internamente para descobrir e experienciar quem verdadeiramente se é, não deve de forma nenhuma nos eximir das diversas personas que temos que encarnar prá viver aqui: pai, mãe, profissional, filho, irmão, cidadão, amigo, etc.etc.

Todas as funções e papéis tem sua importância no individual e no coletivo,
e todas podem ser transformadas em eficientes ferramentas de crescimento e libertação.

Mas só uma mente treinada na visão ampla e neutra consegue perceber a escala dos níveis de realidade que a diversidade oferece, para aí poder pensar e agir conforme esta percepção.

Se estamos totalmente imersos em uma só opinião, ou visão religiosa ou filosófica, ou ideologia política, só conseguimos ver pedaços. Nunca o todo.
Tive um professor que dizia que as religiões são como um bolo (daqueles que tem um furo no centro) cheio de fatias. Todas as fatias se encontram no furo central (que no exemplo aqui representa Deus).

O problema, dizia ele, é que cada fatia fica tentando convencer as outras fatias, de que ela, fatia, é o bolo todo...

Por isso a TF sabe - assim como por exemplo a Física Quântica também sabe - que a vida externa, física, material, aparentemente tridimensional é só um reflexo, uma resultante da vida interna.

Assim como é dentro é fora.

O fora é construído por nós e está a serviço do dentro, simplesmente porque tudo na vida está a serviço do desvelar de quem se É (e isso não tem necessariamente nada a ver com religião, pelo menos no sentido institucional do termo).

E “o fora” é uma das formas que a Inteligência auto reguladora tem de nos mostrar o que não está sendo visto e experienciado equilibradamente dentro de nós.

A TF sabe da inutilidade de se tentar mudar o externo sem mudar o interno.
E sabe que quando não se sabe disso, o que se faz é dar “murro em ponta de faca”.

E qualquer um pode ver que a História é apenas uma sucessão das mesmas velhas recorrências, onde só muda a cenografia, o figurino, a sonoplastia e os personagens, pois o script é sempre o mesmo...



II.  Se me é permitido aqui delirar um pouco, penso que na construção do que viria ser uma TR no ocidente, reputo alguns acontecimentos como sendo absolutamente preponderantes:

A entrada do mundo africano nas Américas com a escravidão, o advento da Psicanálise através de S.Freud (e depois Jung e Reich), o advento do Espiritismo através de Allan Kardec, a entrada do conhecimento oriental no ocidente com Helena Blavatsky, o surgimento da Física e da Mecânica Quânticas no inicio do século 20, e a “invasão” do oriente no ocidente nos anos 60/70 e a jovem “invasão” do mundo nativo (chamada de Xamanismo) a partir dos anos 70/80.

O mundo africano e Kardec vem abrir para o ocidente o conhecimento do sexto sentido (também chamado de sensitividade, percepção extra-sensorial, mediunidade) - a via de acesso às multidimensões, assim como do karma e da reencarnação.

A Psicanálise vem abrir para o mundo ocidental cristão-judaico a dimensão do inconsciente (que depois Jung aperfeiçoa introduzindo o conceito de Inconsciente Coletivo), dentre muitas outras coisas.

É claro que o mundo oriental já “estava careca de saber” disso tudo, mas talvez o que viria a ser o que chamei de “invasão” do oriente no ocidente nos anos 60/70 (influenciando profundamente não só a espiritualidade e as terapias, mas também a visão ocidental de mundo), precisasse de uma retradução prévia dos seus conceitos para uma linguagem mais palatável aos ocidentais racionalistas.

Helena Blavatsky, criadora da Teosofia, também foi muito importante neste processo de preparar o ocidente para o pensamento oriental.

E quando um ramo top da ciência desemboca no que passou a ser chamado de Fisica Quântica, e que, da mesma forma que ocorre com Freud, (e Jung e Reich) e Kardek, é interessante perceber que em grande parte é uma retradução moderna e em linguagem e conceitos adequados à nossa cultura, dos conhecimentos antigos.

Para mim fica bem claro – embora assuma que pode ser a maior viagem - o encadeamento dos acontecimentos que iriam abrir a possibilidade de uma compreensão muito mais ampla e profunda sobre a vida, do que a que as religiões mais populares – o mundo cristão/judaico/islâmico - até então ofereciam.

E a razão deste movimento todo, me parece ser o de vir atender a necessidade planetária urgente de se abrir um novo tipo de olhar para a vida. 

E de repente estas culturas antigas podem ajudar bastante, como já tem feito.

Se realmente temos que salvar alguma coisa, se realmente o planeta Terra está passando por alguma coisa errada que fugiu ao controle de Deus, talvez o que vá efetivamente salvar o planeta não sejam ações ecológicas ou políticas ambientais.

Talvez seja a profunda transformação do ponto de vista do homem moderno sobre si e sobre a vida.

Se isso não for realmente inserido no viver coletivo, quaisquer ações, por mais bem intencionadas que sejam, serão sempre paliativos que apenas atrasarão a próxima recorrência evolutiva.

A Terceira Força é como um vírus que já contaminou o sistema e que está, em função da própria auto regulação universal, espalhando pouco a pouco a sua incurável “infecção”.


ERNANI FORNARI

(fevereiro 2014)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014



CURA INTERIOR - ALINHAMENTO ENERGÉTICO é uma terapia energética transpessoal que promove o reequilíbrio bio-psico-emocional através da utilização terapêutica do 6º sentido (sensitividade), e que tem a capacidade de acessar e processar rápida e eficientemente - através da canalização - os conteúdos sabotadores e bloqueadores que povoam o nosso inconsciente e a nossa personalidade - com seus sistemas de crenças e padrões dolorosos e limitadores - em função dos eventos traumáticos que ocorrem ao longo da(s) nossa(s) vida(s) e que acabam gerando os mais variados tipos de sofrimento e de doenças.
Este trabalho, que tem as suas raízes nas tradicionais culturas indígenas brasileiras, integra os milenares conhecimentos xamânicos e orientais, com as modernas Física Quântica, Parapsicologia e Psicologia Transpessoal, promovendo uma nova perspectiva em relação à vida e aos relacionamentos (consigo e com o outro e com a natureza) e abrindo a consciência para o novo paradigma holístico e sistêmico que está se implantando no planeta. 
Uma das principais características da terapia Cura Interior - Alinhamento Energético é a sua integração com as Constelações Sistêmicas.


Ler mais: http://www.alinhamento-energetico.com/


 Alinhamento Energético é uma técnica terapêutica xamânica brasileira que foi desenvolvida pelo falecido farmacêutico, agrônomo, alquimista, pesquisador e sensitivo fluminense Aloysio Delgado Nascimento (hoje também chamado de xamã Dior Allem), a partir de suas observações feitas durante quase 15 anos interagindo nas tribos indígenas do norte e do sul do Brasil, de como os pajés (xamãs) procediam ao fazerem seus trabalhos de cura nas aldeias.

     Ao longo deste tempo, Aloysio percebeu que quando um índio procurava o curador da tribo apresentando algum tipo de desequilíbrio, o pajé atendia aos seus sintomas com ervas e rituais nativos, mas sempre pesquisava, utilizando seu sexto sentido, para saber (e curar) o que havia acontecido da vida do índio doente e que estava se apresentando agora na forma de uma doença física, psico-emocional e/ou social.

     A partir daí, Aloysio dedicou sua vida a desenvolver um trabalho que representasse aquilo que ele durante tanto tempo viu os pajés fazendo nas tribos, mas dentro de um outro formato, para que pudesse ser aplicado nas cidades em um ambiente de consultório, sem rituais nem nenhuma conotação religiosa, podendo atender a pessoas de todos os credos, níveis sociais e culturais.

     A característica principal deste trabalho é a utilização da sensitividade (também chamada de 6º.sentido, mediunidade, paranormalidade, percepção extra-sensorial), que através da canalização - uma outra forma de mediunização - acessa diretamente no inconsciente do cliente os registros, memórias e conteúdos dolorosos e limitadores que formam os seus sistemas de crenças e padrões, e que aparecem no corpo/mente na forma de desequilíbrios físicos, psico-emocionais e/ou sociais, impedindo que a vida da pessoa flua com plenitude, harmonia e prosperidade, de acordo com seu potencial, desejo e merecimento.

     O atendimento individual desta terapia é feito por 1 ou 2 terapeutas, dura entre 90 e 120 minutos e acontece em 4 fases -todas na mesma consulta:

     Na primeira fase da consulta o trabalho é explicado. Suas origens, como funciona e como se desenvolverá. Esta primeira fase – a explicação do trabalho - só acontece na primeira consulta.

     Na segunda fase da consulta, os terapeutas fazem uma leitura e uma interpretação do campo energético do cliente, ou seja, acessam as imagens, emoções e sentimentos que são emanados do seu sistema consciente /  inconsciente.

     Na terceira fase, chamada “fase de limpeza”, o terapeuta capta (canaliza) estes conteúdos (que neste trabalho se chamam “corpos energéticos” - ou samskaras como os chamam os hindus), expressando-os mediunicamente com gestos e palavras, liberando-os assim do campo do cliente, e encaminhando-os para a Egrégora do Ministério de Cristo (hoje também chamada de Dimensão da Consciência Crística) que guia e apóia o trabalho de transmutação e reequilíbrio destes conteúdos psico-emocionais.

     Na quarta fase da consulta, estes conteúdos retornam ao cliente na sua polaridade positiva e expandida (chamados agora de “Corpo em Luz”) e se re-acoplam na pessoa, acompanhados de uma “Senha” (ou Mantra) que funciona como uma medicina re-integradora destes novos conteúdos, para que os velhos padrões que foram transmutados e reequilibrados não sejam reconstruídos.

     A utilização consciente da Senha é a parte ativa, voluntária e responsável do cliente no seu processo de reequilíbrio.

     A Senha é um veículo de potencial energético curado e equilibrado na forma de palavras/sons, assim como, por exemplo, a Homeopatia utiliza bolinhas ou pó de lactose ou sacarose (ou água destilada com álcool) como veículo da energia potencial de cura.

    Em sua estrutura teórica e filosófica, a terapia da Cura Interior - Alinhamento Energético pretende integrar cinco grandes correntes de conhecimento: os conhecimentos Orientais, o Xamanismo, a Física Quântica, a Parapsicologia e a Psicologia Transpessoal

     Observa profundamente duas leis fundamentais - que são aspectos funcionais da lei do Karma  -: a Lei da Sincronicidade e a Lei da Ressonância.

     E a metodologia do trabalho repousa sobre quatro importantes alicerces:

1. A não invasão do campo do cliente (não se invade sua privacidade), ou seja, apenas o que é disponibilizado pelo seu Eu Superior (Self) do cliente é acessado pelos terapeutas ;

2. A neutralidade e o não-julgamento;

3. A não manipulação, isto é, não se procura alterar o karma para se satisfazer desejos pessoais. Na medida em que os bloqueios e traumas são transmutados e re-significados, a própria pessoa atrai para sua vida o que merece e tem capacidade. Não trazemos o ser amado em 3 dias...

4. O desapego aos resultados. É o Universo quem, em última análise, decide onde, como e quando as mudanças vão acontecer, pois nem sempre o que desejamos é o que necessitamos (e vice-versa).

     Além dos atendimentos individuais, a terapia da Cura  Interior -  Alinhamento Energético pode ser feita em grupo nas formas da Roda de Cura (onde as pessoas sentam em circulo com um cliente no centro).

     A terapeuta sensitiva carioca Mônica Oliveira, que trabalhou com Aloysio durante muitos anos até a morte deste, aperfeiçoou esta técnica dando a ela o nome de Fogo Sagrado – Alinhamento Energético.

     Carlos Henrique Alves Correa, que também teve estreito contato com o xamã, desenvolveu a técnica do Alinhamento Energético feita por um só terapeuta e deu o nome de Ouro Verde – Alinhamento Energético.

    E a partir de 2010 Ernani Fornari e Gabriela Carvalho começaram a agregar  ferramentas das Constelações Sistêmicas ao Alinhamento Energético e em 2013 deram ao seu trabalho o nome de Cura Interior – Alinhamento Energético.

    A integração destas duas terapias também originou as Constelações Sistêmicas Integradas (que são as Constelações Sistêmicas com ferramentas de Alinhamento Energético) e as Constelações Sistêmicas Dinâmicas (que é o encontro das Constelações Sistêmicas Integradas com a Terapia Transdimensional criada por Mônica Oliveira).


Ler mais: http://www.alinhamento-energetico.com/o-que-e/