sexta-feira, 26 de junho de 2015

A CULPA DO NEPAL

Logo em seguida a terrível tragédia que se abateu sobre o Nepal destruindo um rico patrimônio histórico, religioso e cultural e tirando a vida de milhares de pessoas, várias teorias rapidamente apareceram para explicar as origens e os motivos do sinistro evento.

E foram basicamente duas vertentes de teorias: Uma, as esotéricas (na minha opinião pseudo esotéricas) que atribuíam um “castigo divino” não só pelo fato dos nepaleses matarem búfalos para comer e até pelas escaladas no Everest.

Outra, as explicações meramente geológicas e ambientais ou seja, que os sérios desequilíbrios ecológicos mundiais estão produzindo efeitos catastróficos em vários locais do planeta.

E fico eu aqui tentando cruzar as duas possibilidades dentro daquilo que acredito e que penso que leituras mais sérias dentro da espiritualidade e das terapias podem oferecer.

Quanto a primeira possibilidade, honestamente não acredito mais em castigo divino, azar, culpa, sabotagem de Satanás, luta cósmica do bem contra o mal, essas coisas.

Nem acredito que a Lei do Karma seja como foi entendida e absorvida pelo mundo ocidental, ou seja, que é uma espécie de Lei de Newton que funciona na base do “bateu – levou”. Ou pior, que é sinônimo de azar (“que karma, heim?”).

Acredito na perspectiva que modernamente chamamos de holística e sistêmica, que é a perspectiva que tem sido desenvolvida há milênios pelas culturas orientais e nativas, isto é, que a Criação é uma grande teia holográfica consciente e inteligente, e totalmente interligada, interdependente e interagente.

Aí talvez a Lei do Karma seja uma lei de causa e efeito multidimensional (e não cartesiana e mecanicista como ficou entendida por aqui) que atua promovendo a homeostase inteligente do Universo.

Não acredito nem compartilho mais do olhar maniqueísta (e simplista) que estabelece vítimas e culpados.

Acredito, já que a existência é um organismo auto-regulador, que tudo o que acontece na vida tem uma função evolutiva e é estabelecido em função de um comum acordo entre todos os envolvidos nos eventos.

 Claro, seria um loucura pensar que as vitimas da catástrofe no Nepal toparam conscientemente passar por isso.

Seria loucura sim, mas dentro de um olhar estritamente científico ou a partir de um olhar das religiões ocidentais centradas na culpa e no pecado.
De fato, foi um evento terrível que produziu milhares de vítimas, entre mortos e feridos, e muita destruição.
Mas este olhar é apenas um olhar que enxerga a superfície, que enxerga apenas os efeitos visíveis.

Claro que o evento deve ter acontecido em função ou de causas que são características geológicas naturais daquele local ou que foram precipitadas em função dos desequilíbrios ambientais globais.

E isso também, na minha opinião, é apenas uma outra leitura superficial, que enxerga apenas as causas físicas.

Considerando e amarrando tudo isso e tentando descaracterizar as perspectivas de castigo divino e de azar ou acaso, tento inserir aqui as ideias que coloquei acima.

Não para tentar entender e julgar, pois a mecânica e a fisiologia auto reguladora universal estão totalmente fora do nosso entendimento e controle dada sua extrema complexidade constitucional e operacional, mas para abrir um novo olhar para outras possibilidades que acalmem um pouco os nossos corações e as nossas mentes.

Já que não nos é possível entender e explicar o que aconteceu, fica aqui a possibilidade de que o que ocorreu foi uma terrível tragédia sim, provavelmente oriunda dos descaminhos ambientais que o homem tem ajudado a produzir na Terra sim, mas de forma nenhuma sem uma causa sistêmica maior (e extremamente complexa), que não passa por azar e castigo, e sim, por um movimento kármico inteligente e auto regulador, onde, em algum nível, todos são co-criadores e co-participantes, e com certeza, com uma profunda função evolutiva humana e planetária.


ERNANI FORNARI
SOBRE O TRABALHO : SER, FAZER OU TER?

Somos realmente uma sociedade “trabalhólatra”.

É impressionante como tanto nos sistemas capitalistas quanto nos regimes comunistas/socialistas o trabalho é um termômetro e um parâmetro que determina e estabelece a importância e a qualidade do ser humano, individual e coletivamente.

E não tenho como não me lembrar do meu querido e saudoso amigo e terapeuta Alex Fausti que dizia que somos uma sociedade escrava e refém do FAZER, porque o nosso valor é medido pelo que fazemos e produzimos, e não pelo que somos.

Me lembro bem de quando, em uma sessão de terapia, ele traçou em um papel três círculos concêntricos, dizendo que no centro estava o SER, no circulo seguinte o FAZER e no mais externo, o TER.

E dizia que deveríamos ter nosso eixo estabelecido no SER, e assim transitarmos livremente (e conscientemente) pelo FAZER e pelo TER.

Mas por algum motivo, deslocamos este eixo para o FAZER, e a partir daí temos referenciado a nossa vida e a qualidade dela na qualidade e na quantidade do que fazemos.

O mais terrível, é que este eixo vem se deslocando para o TER, que é tudo o que o sistema capitalista globalizado com seus marketings e merchandisings deseja, ou seja, que passemos a pensar e a sentir que só somos quando temos.

E lembro também do precioso “dever de casa” que ele me passou quando eu era seu cliente, que era separar algum momento do dia ou da semana para treinar SER,ou seja, para “não fazer nada”.

Eu deveria deitar numa rede, por exemplo, e num primeiro momento perceber os movimentos da minha mente incomodada (e eventualmente culpada e entediada) por não estar fazendo nada.

Num segundo momento, deveria tentar esvaziar esta mente crítica e julgadora e me entregar totalmente ao prazer do momento presente.

Nessa esteira, lembro também de outra pessoa muito importante na minha vida, um swami indiano também falecido chamado Swami Tilak, que achava surreal como nós não sabíamos estar inteiros no que fazíamos e também quando não fazíamos nada.

Ele dizia que nós trabalhávamos pensando nas férias e tirávamos férias pensando no trabalho...

Claro que não estou fazendo aqui a apologia da vagabundagem, mas hoje já consigo entrar na perspectiva do ócio criativo, do não fazer pleno.

Trabalhar – profissionalmente falando - é importante, é fundamental, porque nele expressamos nossos talentos, potenciais, capacidades e vocações, podendo assim não só contribuir para a sociedade presente e futura, como também receber a remuneração financeira que nos permite (pelo menos deveria permitir) sobreviver e desenvolver uma vida próspera, saudável e rica em experiências.

Poderiamos aqui então fazer o exercício de estender a concepção de trabalho para praticamente tudo na vida: por exemplo, meditar e fazer terapia é fazer trabalho interno, ler e estudar é fazer trabalho intelectual, fazer exercícios e ter uma boa alimentação é trabalhar nosso corpo, fazer caridade e serviço social é trabalhar pelo próximo necessitado, e por aí vai.

E aí poderíamos dizer que tudo na vida é trabalho, não é?

E num segundo momento deveríamos entender que tudo deve ter um equilíbrio e uma harmonia para ser saudável e promover real crescimento e expansão.

Ou seja, tudo em excesso é prejudicial. Seja trabalho profissional, sexo, comida, computador, exercícios físicos,etc.

Tanto que hoje existem instituições tipo AA (Alcoólicos Anônimos) para tudo isso que citei acima, pois existem pessoas que são workaholics, sexólatras, comedores compulsivos, malhadores compulsivos, usuários compulsivos de informática e vídeo game, só para citar alguns.

Então vamos tentar ressignificar a importância do FAZER (e do TER) na nossa vida, que só se super dimensiona quando a consciência do SER está sub dimensionada em nós, e aí o FAZER e o TER vão tentar compensar esta sensação de vazio e de falta.

Só que o FAZER e o TER são como uma droga, isto é, são insaciáveis, pois o complexo 5 sentidos/mente/ego quando imersos na carência e na sensação de falta, é insaciável e vai tentar através do FAZER e do TER anestesiar a dor e a angústia da sensação de não SER.
E esta dor e angústia de não SER vão aparecer na superfície como dor e angústia por não FAZER e por não TER.

Vamos então (re) aprender a só SER?


ERNANI FORNARI
SOBRE A HUMILDADE TERAPÊUTICA E RELIGIOSA
  
    Na minha opinião, absolutamente nenhuma religião, linha de psicologia ou de terapia, tradição espiritual, técnica de cura ou escola de filosofia, pode ser boa para todos, para tudo, o tempo todo.

   O que quer dizer que, na minha opinião, qualquer religião ou tradição espiritual, linha de psicologia ou técnica de cura vai - em algum momento, em alguma circunstância e contexto, e para algum caso ou para alguma pessoa - ter contra indicações e/ou efeitos colaterais.

    Penso que em um universo onde a relatividade é sua característica inerente e constitucional, é impossível qualquer coisa existente ter um valor absoluto.

    E nesta realidade relativa e dual, qualquer coisa pode ser boa ou ruim, certa ou errada, negativa ou positiva, adequada ou inadequada, dependendo em um complexo conjunto de fatores.

    Então... talvez seja interessante que terapeutas, curadores, psicólogos e lideres espirituais tenham a humildade (e a coragem) de reconhecer os limites do caminho que disponibilizam e facilitam para o outro, e que eventualmente recomendem outros tipo de terapias ou de caminhos de cura para seus clientes, pacientes e/ou discípulos.

    Só acredito na sinergia, não acredito em competição nem em “choque de egrégoras”.

     Claro que existem maluquices misturebas picaretas e irresponsáveis por aí, mas acredito que são minorias.

     Mas o que tenho percebido – infelizmente também ainda em minoria - são terapeutas e curadores abertos e responsáveis (e corajosos) que - modéstia à parte, como nós - eventualmente recomendam que seus clientes procurem outras terapias e caminhos de cura mais adequados àquele caso ou àquele momento.

      Não acreditamos (e não nos importamos) em “perder clientes” pois segurar um cliente em uma terapia que não está evoluindo, quem sempre perde é o cliente.

     Assim como os seguidores de religiões não perdem nada quando reconhecem que o caminho que estão trilhando já não oferece alimento integral para suas demandas humanas e espirituais, e resolvem migrar para outra religião ou tradição.

    Ou assim como quando os seguidores de religiões entendem humildemente que às vezes é preciso recorrer paralelamente a outros caminhos – como por exemplo, fazer terapia – para otimizar seu caminho evolutivo.

    E isto em nada macula ou trai sua religião nem tampouco passa um atestado de ineficiência para o caminho espiritual que escolheu trilhar.

   Assim como quando um terapeuta recomenda a seu cliente outro tipo de terapia, não está atestando que sua técnica é ineficiente ou inferior.

ERNANI FORNARI


       
SOBRE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

( ou COMPREENDER, CONCORDAR E RESPEITAR)

Eu tive um professor que dizia que a humanidade é como um bolo onde Deus é aquele furo no centro do bolo e cada religião seria um fatia do bolo.
O problema é que fica cada fatia querendo convencer o resto do bolo de que ela, fatia, é o bolo inteiro. Interessante como o ser humano há milênios vem guerreando e se degladiando ferrenhamente pelo que não concorda - que em termos de religião, cá entre nós são os aspectos mais desimportantes, isto é, o nome do meu Deus, minha concepção Dele, meu livro sagrado é tal e é o único verdadeiro, meu mestre ou avatar é tal e é o único e o melhor, e por aí vai.
Curiosa essa tendência do homem de investir pesado na exclusão, na divisão.
Talvez a chave para essa cura não seja nem ter religião nenhuma nem ter uma só religião para todos - acho as duas possibilidades fantasiosas - mas sim o simples e vital fato de pessoas de uma religião conseguirem perceber e aceitar que as outras também são tão verdadeiras e certas quanto a sua.
Muito doida essa mania de se querer ter exclusividade.
Se Deus criou a diversidade, um planeta com bilhões de espécies de todos os reinos, um monte de raças e culturas com milhares de idiomas e características históricas, geográficas, sociológicas e antropológicas diversas, é totalmente irracional e bastante pouco inteligente achar que uma só religião vai servir para todos, e mais irracional ainda é querer estabelecer isso na marra...
Por outro lado cresce cada vez mais a compreensão de que é muito mais bonito, pacífico e inteligente os diversos caminhos compartilharem naquilo que concordam, e não ficar brigando pelo que discordam.
E se tirar o desimportante e o superficial das religiões (que é aonde as pessoas mais se apegam), todas elas concordam muito mais do que discordam, pois o Deus de todas é o mesmo e os princípios mais básicos e fundamentais também.
Dentro dessa temática, me parece que três componentes são fundamentais serem devidamente destrinchados para serem corretamente entendidos:

Compreensão, aceitação (vou chamar aqui de aceitação o ato de concordar) e respeito.

Para verdadeiramente se respeitar – e vamos nos ater aqui ao tema religião – não é preciso concordar, mas é preciso compreender.

Compreensão é entender o ponto de vista do outro, é entender as características, as motivações, os contextos e os referenciais do outro.

Quando avaliamos uma outra religião ou uma outra cultura usando como parâmetro os nossos próprios referenciais, o que estamos exercitando é julgamento, o que normalmente acaba descambando em crítica e condenação.

Para compreender o outro é necessário, como dizem os índios norte-americanos, vestir o mocassim do outro.

É preciso considerar, como disse acima, o universo do outro com seus contextos e características próprias, como um cientista que busca conhecer o que está analisando, com neutralidade e isenção.

Respeitar sem compreender não é respeitar. É tolerar, no pior sentido do termo. É engolir, aturar, suportar.

Respeitar não é necessariamente concordar. Respeitar é reconhecer valor no outro.
E eu só posso reconhecer valor quando eu compreendo.

Talvez o ser humano precise desenvolver a habilidade de compreender mesmo não concordando.

Daí talvez surja o verdadeiro respeito.

ERNANI FORNARI


A PROSTITUTA, O LADRÃO, O VAMPIRO, O ESCRAVO E O MENDIGO
(Qual destas personas você usa mais para tentar ser feliz?)

Como um dos principais efeitos psico-emocionais nocivos oriundos dessa nossa cultura cristã-ocidental onde aprendemos que somos pecadores e culpados de nascença, e que precisamos trabalhar muito para construir um ser humano digno de ser aceito por Deus no Paraíso – e levando-se em conta o pesado componente dificultador que é o fato de que há um Satanás “fungando no seu cangote” a espreita constante para melar este projeto - está a “lógica” inconsciente que infere que “se eu congenitamente não sou e nem tenho, preciso buscar isso (o ser e o ter) fora de mim”.

Esta forma de pensar e de lidar com a vida é bastante diferente, por exemplo, do pensamento oriental onde o ser humano, que muito ao contrário de ser um nada e um ninguém congênito, é criado perfeito, eternamente livre e pleno, padecendo apenas da ignorância temporária deste fato, devendo portanto dedicar sua vida à despertar e realizar em si esta plenitude e liberdade eterna sempre existente.

Muito diferente - em todos os sentidos - de se ter sido criado pecador e culpado.

Isto desenvolveu na mente coletiva da nossa cultura uma baixa auto-estima e uma menos-valia enorme – interessante apenas para quem pretendia exercer dominação - onde o desconhecimento de que somos apenas ignorantes da nossa natureza real, e não deficientes humanos e espirituais, fez com que fossemos desesperadamente buscar fora de nós o que já tínhamos dentro e não sabíamos.

Nosso amor, nosso poder pessoal, nossa alegria, nossa coragem, nosso tesão de viver e criar, e todas as virtudes, qualidades e potenciais existem inerentemente no ser humano desde sempre.

Ninguém pode roubar de nós nem nós podemos perder esse patrimônio constitucional eterno que trazemos em nossa essência humana e espiritual.

Mas podemos perfeitamente ignorar – e consequentemente sub dimensionar e subutilizar - tudo isso, como de fato o temos feito há 2000 anos pelo menos, e passar a nos considerar e viver como seres que Deus não terminou de fazer.

E aí vivemos como eunucos.

E precisamos sair por aí ancorando nossos buracos internos, nossas carências, nossos medos e fragilidades aonde podemos.

Na família, no casamento, nas amizades, no trabalho, no dinheiro, no poder, nos objetos.
Frequentemente recebemos no consultório pessoas que de repente se sentem no vácuo, que tem seu “tapete puxado”, que ficam sem chão, porque os filhos saíram de casa, ou porque se separaram ou enviuvaram, ou porque foram demitidos ou se aposentaram, ou porque roubaram o seu carro, e por aí vai.

Trabalho, objetos e relacionamentos tem função específica na vida.

Trabalho é o veículo para expressarmos nosso potencial e talentos, contribuir para o presente, deixar um legado para o futuro e receber remuneração e reconhecimento por isso. Objetos são para nos servir como ferramentas facilitadoras do viver. E relacionamentos são para reproduzir, trocar afeto e vivências evolutivas.

Mas em nosso desespero existencial acabamos extrapolando e ancorando nestas coisas e/ou pessoas muito mais do que seria saudável, e porque não dizer, inteligente.

E é claro que jogar âncoras em terreno transitório e impermanente, como é tudo isso aí que eu citei acima, é como “crônica de uma morte anunciada”, ou seja, é estratégia fadada a naufragar assim que o objeto do ancoramento desaparece do mapa por algum motivo.

E para jogar estas âncoras, ou em outras palavras, para prender os meus tentáculos carentes e famintos, eu acabo me utilizando de certos personagens míticos internos, de pequenos arquétipos funcionais que aqui, a titulo de exercício e reflexão, eu chamei de “a prostituta, o ladrão, o vampiro, o escravo e o mendigo”.

São atitudes estratégicas funcionais das quais vou lançar mão para tentar obter e manter aquilo – segurança, auto-estima, amor próprio, poder pessoal, alegria de viver, reconhecimento, respeito, etc. etc. - que não aprendi que eu deveria era estar trabalhando para manifestar de dentro de mim.

É claro que o outro é importante. É fundamental.

Mas não para nos dar o que pensamos que não temos, ou nos fazer sentir ser o que pensamos que não somos.

Nem os Seres de Luz como os Gurus, Anjos, Orixás, Devas hindus ou os Santos, podem nos dar o que já temos ou nos tornar o que já somos.

A função destes Seres é nos ajudar a perceber e realizar que já somos quem nós buscamos ser, e que já estamos no lugar para onde estamos nos dirigindo.

E a função do outro - além de fazer o espelhamento necessário para que eu, através da conexão e do relacionamento com ele, e através da sincronicidade e da ressonância que fomentam e permeiam estas conexões e relacionamentos, acesse material inconsciente ainda em sofrimento e limitação e trabalhe as minhas questões pendentes - é trocar.

Trocar conhecimentos, vivências, experiências, afeto, prazer, cumplicidade, solidariedade.

Manter aqueles cinco personagens - a prostituta, o ladrão, o vampiro, o escravo e o mendigo - dá muito trabalho e demanda muita energia. Inutilmente. Pois fatalmente acaba desembocando em mais decepção, frustração e sofrimento, além de eventualmente prejudicar o(s) outro(s).

Melhor usar esta energia e este trabalho no sentido de se abrir o olhar interno para acessar e liberar os potenciais, talentos e capacidades inerentes ao ser humano.

Melhor usar o tempo, os neurônios e a energia bio-psico-emocional instrumentalizando-se com ferramentas e estratégias que efetivamente materializem e operacionalizem na vida prática a essência que vive aparentemente adormecida ou sub utilizada em cada um de nós.

Como? Quer uma lista? Por exemplo: terapias (só aí já dá uma lista enorme), meditação (também tem diversos tipos e estilos), Yoga (idem), trabalhos xamânicos (idem), e por aí vai.

São com certeza ferramentas muito eficientes para efetivarmos a nossa alforria dos grilhões que nós mesmos criamos.

Aí não precisaremos mais convocar aquele time dos cinco personagens para trabalhar para nós.

ERNANI FORNARI