DESAPEGO OU BAIXO VALOR?
Quando vejo colegas terapeutas ou pessoas espiritualistas e
alternativas estabelecendo a remuneração dos seus trabalhos através de
“contribuição voluntária”, “contribuição consciente”, “vamos passar o chapéu”,
e outras desse tipo - como se essa atitude fosse o supra-sumo da atitude
evoluída e desapegada - o que me vem como reflexão é exatamente o contrári
Quando você delega aos outros a atribuição do valor do seu
trabalho, muito ao contrário de ser uma atitude espiritualizada evoluída, isso na
verdade só contribui para emperrar mais ainda a roda da prosperidade, pois
deixar que o outro arbitre o que seu trabalho vale não é desapego nem elevação,
isso se chama BAIXO VALOR PESSOAL, MENDICÂNCIA, DEPENDÊNCIA.
E essas atitudes muito ao contrário de serem “nova era”,
estão na verdade profundamente contaminadas dos velhos paradigmas cristãos (que
ainda estão, infelizmente, profundamente arraigados no inconsciente coletivo da
nossa cultura) que fazem com que ainda se acredite piamente que o dinheiro é
sujo e impuro, que o que é de graça tem mais valor do que o que é cobrado e que
dar é mais nobre do que receber, ou seja, quem ainda acredita nisso e norteia
sua vida em função destas crenças, desconhece o básico do básico do
funcionamento da energia e da visão sistêmica da vida.
Aí, claro, a prosperidade não gira e o colega “evoluído”
geralmente tem constantes problemas com dinheiro e fica dependente da caridade
dos pais ou dos “contribuintes conscientes”, o que em alguma hora, vai dar,
amigos, raiva.
Porque quando os pais ou os contribuintes não suprem as
expectativas e não correspondem às atitudes magnânimas dos “desapegados”, a
galera vira ser humano rapidinho e fica com muita raiva, pois falta e não
reconhecimento dão raiva (à menos que você seja uma Madre Teresa ou um Dalai
Lama).
Então vamos desconstruir essas crenças caducas e pobres que
se travestiram de evoluídas e espiritualizadas, e vamos nos empoderar do nosso
auto valor e do nosso poder pessoal, e assim, gerar prosperidade com nosso
trabalho. Gerar independência e autonomia, porque desapego e evolução
espiritual não casam com dependência e mendicância.
Dinheiro é sagrado, dinheiro é energia (e é energia neutra,
nem boa nem ruim). E você gastou muita grana (assim como tempo e neurônios)
para ser o bom profissional que você é e merece ser recompensado dignamente por
todo este esforço e dedicação.
E antes que me chamem de apologista do mercenarismo (eu sou
macaco velho, tenho larga kilometragem e conheço bem as crenças e as falas dos
“evoluídos”), já vou logo dizendo antes que venham com aquele mimimi : eu
também atendo de graça, também dou muitas bolsas nos meus cursos. Ninguém deixa
de ser atendido no meu trabalho por questões de grana.
Mas só quando me pedem (e quando eu julgo o pedido
procedente) ou quando eu quero oferecer.
Pois quem manda no meu valor sou eu.