sexta-feira, 26 de junho de 2015

SOBRE A HUMILDADE TERAPÊUTICA E RELIGIOSA
  
    Na minha opinião, absolutamente nenhuma religião, linha de psicologia ou de terapia, tradição espiritual, técnica de cura ou escola de filosofia, pode ser boa para todos, para tudo, o tempo todo.

   O que quer dizer que, na minha opinião, qualquer religião ou tradição espiritual, linha de psicologia ou técnica de cura vai - em algum momento, em alguma circunstância e contexto, e para algum caso ou para alguma pessoa - ter contra indicações e/ou efeitos colaterais.

    Penso que em um universo onde a relatividade é sua característica inerente e constitucional, é impossível qualquer coisa existente ter um valor absoluto.

    E nesta realidade relativa e dual, qualquer coisa pode ser boa ou ruim, certa ou errada, negativa ou positiva, adequada ou inadequada, dependendo em um complexo conjunto de fatores.

    Então... talvez seja interessante que terapeutas, curadores, psicólogos e lideres espirituais tenham a humildade (e a coragem) de reconhecer os limites do caminho que disponibilizam e facilitam para o outro, e que eventualmente recomendem outros tipo de terapias ou de caminhos de cura para seus clientes, pacientes e/ou discípulos.

    Só acredito na sinergia, não acredito em competição nem em “choque de egrégoras”.

     Claro que existem maluquices misturebas picaretas e irresponsáveis por aí, mas acredito que são minorias.

     Mas o que tenho percebido – infelizmente também ainda em minoria - são terapeutas e curadores abertos e responsáveis (e corajosos) que - modéstia à parte, como nós - eventualmente recomendam que seus clientes procurem outras terapias e caminhos de cura mais adequados àquele caso ou àquele momento.

      Não acreditamos (e não nos importamos) em “perder clientes” pois segurar um cliente em uma terapia que não está evoluindo, quem sempre perde é o cliente.

     Assim como os seguidores de religiões não perdem nada quando reconhecem que o caminho que estão trilhando já não oferece alimento integral para suas demandas humanas e espirituais, e resolvem migrar para outra religião ou tradição.

    Ou assim como quando os seguidores de religiões entendem humildemente que às vezes é preciso recorrer paralelamente a outros caminhos – como por exemplo, fazer terapia – para otimizar seu caminho evolutivo.

    E isto em nada macula ou trai sua religião nem tampouco passa um atestado de ineficiência para o caminho espiritual que escolheu trilhar.

   Assim como quando um terapeuta recomenda a seu cliente outro tipo de terapia, não está atestando que sua técnica é ineficiente ou inferior.

ERNANI FORNARI


       

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